quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Negacionismo Climático! Não têm espaço...

As alterações climáticas estão na ordem do dia. Aparecem desde a internet, jornais, noticias televisivas entre outros meios. Mas bata abrir a caixa de comentários das redes sociais, para constatar a quantidade de negacionistas das alterações climáticas que existem. Alguns deles manifestam-se com comentários pouco científicos, outros apenas com o característicos emojis de gozo ou riso. Este artigo, pretende ser uma resposta a todas as duvidas ou todas as insinuações dos negacionistas do clima. 

Existem uma diferença entre Cépticos e negacionista. O cepticismo é legitimo, procura dados e trabalha para construir uma posição de um determinado tema, fundamentado em duvidas honestas digamos. 

Richard Miller um céptico das alterações climáticas, estudou e chegou a conclusão que as alterações climáticas são reais, escrevendo inclusive uma carta com a sua posição actual em relação ao tema, não é vergonha nenhuma na ciência mudar a posição de ver as coisas, enquanto outras continuam a dizer que o problema não existe, e não fazem nada para defender a sua tese.


(Este artigo estará em constante atualização).

Pode ser uma imagem de texto que diz "EVOLUÇÃO DOS ESPECIALISTAS EM CIÊNCIA BRUNO.MONTORO CIENTISTAS FAMOSOS DOUTORES EM CIÊNCIA APRESENTADOR DE TV SEU JAIR, NO WHATSAPP 1900 2000 2010 2020"
Vários cientistas de renome negam que existem alterações climáticas.
Desde 1979, que empresas ligadas ao setor do petróleo, financiam cientistas para negar as alterações climáticas. [1],[2],[3]. Não é algo novo, outrora, as empresas de tabaco pagavam a "cientistas", médicos e celebridades para referir que o tabaco trazia vantagens a novel de saude e bem estar. 








Vejamos então quem são alguns dos cientistas, negacionistas das Alterações Climáticas:
Nenhuma descrição de foto disponível.



O post que circula é um resumo de um texto publicado em 2020 pela Fundação de Inteligência Climática (Clintel), uma organização com sede nos Países Baixos que se descreve como “fundação independente” e fundada por Guus Berkhout e por Marcel Crok. Trata-se de um geofísico aposentado que trabalhou para a gigante de petróleo Shell ou outro é jornalista.

Ao verificamos que há 1348 assinaturas na versão mais recente [4], 5 delas de Portugal. Dois engenheiros químicos, um investigador reformado da área da agricultura, um professor de Eletrónica e Informática da Universidade do Algarve e um membro de um projeto intitulado Sea Level Project. Fazendo pesquisa no documento, verificamos que oito subscritores são antigos funcionários ou investigadores ligados à gigante petrolífera Shell. 

Ficamos a perceber que praticamente nenhum dos signatários é cientista ou investigador na área do clima [5]. Por outro lado, o consenso que as alterações climáticas são em grande parte causadas pelo Sapiens é muito grande, entre 98% a 100%. [6],[7],[8].

Continua haver vários cientistas pagos, para duvidar das alterações climáticas. As universidades de Princeton e Penn State receberam propostas aliciantes, para que académicos, defedennssem o uso do carvão em países em desenvolvimento [22]Hoje em dia falsos institutos de pesquisa, lançam noticias, e estas têm milhares de partilhas, entre os leigos. lamentável. 

Mas estes negacionistas, cépticos, de onde surgem? Quais é que são os seus estudos? As ultimas pesquisas dessa minoria de 3% estão aqui [23] e podem ser consultados. Uma investigação [24] a estes estudos percebeu que todos tinham falhas: O erro mais comum foi apelidado pelos pesquisadores de “cherry picking” ("escolher cerejas"): onde são apenas utilizados os dados que conduzem à conclusão que se pretende chegar, ocultando informação que pode levar a resultados diferentes. Outra falha comum foi baptizada de “encaixe de curva”, quando o pesquisador utiliza diferentes variáveis para formar um gráfico, do aumento da temperatura, por exemplo, e “estica” a informação para que a curva do gráfico siga um rumo desejado. Sendo que alguns exemplos destes gráficos simplesmente contrariavam leis básicas da física. Por outro lado, a ciência do clima, têm um consenso muito fiável e forte:

Consenso Cientifico da várias Entidades. fonte NASA


Surgem por vezes inúmeras cartas, assinadas por "cientistas"ou académicos. Mas na verdade, quando analisados os seus curriculum de produção cientifica os mesmo deixam a desejar, se têm artigos, negando as alterações climáticas, os mesmo não surgem em revistas conceituadas revistas por pares. Academicamente tratam-se de alguém com atuação evidentemente limitada, trajetória que não demonstra produtividade académica fiável. Muitas vezes ligados á direita organizada [32], [33], [34]. A pequena percentagem de artigos a negarem as AC antropogénicas, ao analisar uma selecção desses artigos, concluiu-se que apresentavam falhas metodológicas, falta de informação de contexto, etc. O artigo que faz esta análise, “Learning from mistakes in climate research”[35].


Existem alterações no clima, mas essas alterações são de origem natural, o Homem, não tem capacidade de mudar o clima a nível planetário.

Neste debate, há uma coisa em que todos concordam: o clima já mudou naturalmente no passado. Muito antes da revolução industrial, o planeta passou por muitos períodos quentes e frios. Isso levou alguns a concluir que, se as temperaturas globais já mudaram naturalmente, muito antes do ser humano sequer pensar em poluir, então o aquecimento actual deve ser de origem natural. Os fatores naturais que podem influenciar o clima de forma natural, são o sol, os vulcões, e as variações de orbita da terra. 

Os seguintes gráficos dizem-nos a comparação entre factores naturais vs antropogenicos [10]:

As flutuações de atividade solar têm estado constantes ao longo do tempo. O que nos leva a querer que não têm influenciado em grande escala o Clima, sendo este, influenciado sim pelo dióxido de carbono e outros gases GEE

A EOS Sociedade Geofísica Americana publica um artigo que questiona se os vulcões terão mais influencia do que as actividade antropogénicas humanas no clima, as emissões humanas são até 200 vezes maiores que as emissões vulcânicas.. Link do artigo [9]

Ver ainda este e este estudos [11],[12].
Influência dos vulcões vs antropogénico dióxido de carbono [28]

Sempre me lembra haver estas vagas de calor, ou seja o calor que se faz sentir este verão, é algo normal para a época do ano.

Primeiro devemos perceber o que é uma vaga de calor. Considera-se que ocorre uma onda de calor quando num intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, a temperatura máxima diária é supeior em 5ºC ao valor médio diário no período de referência [13]. As vagas de calor têm vindo a ser cada vez mais recorrentes. Um calor tropical, incêndios nas florestas, desmaios na rua e 45,5ºC à sombra. De 1884 a 1949 o calor também foi notícia em Portugal

Houve ondas de calor, ao longo da historia do planeta. Mas os gráficos, demostram-nos que são cada vez recorrentes, levando a períodos de seca, severa, que pode comprometer, vários setores, desde agricultura á saude. Como podemos ver no gráfico em baixo [14],[15]:

Mês de Julho de 2020 foi o mais quente dos últimos 90 anos




80 anos de Verão - PÚBLICO
Depois é importante explicar, que há uma diferença entre clima e tempo. O tempo refere-se às condições atmosféricas registradas num período de tempo curto - o tempo num determinado dia em Portugal, é um exemplo. 

Pode ser uma imagem de texto que diz "Sempre houve secas, mas: Nos últimos 75 anos; 1 por década de 1944 a 1980 2 por década de 1990 2010 4 por década de 2011 2021 2021/2022? muito rovavelmente. Se olharmos para os últimos 10 anos temos 5 secas. 5 anos hidrológicos em 10, em seca. o clima em Portugal não está a mudar. Já mudou. o país agrícola/floresta NÃO é gerido com esta realidade. Fontes: IPMA e APA."


O clima, por outro lado, é um panorama mais prolongado e completo dos padrões de tempo. Refere-se ás condições que prevalecem numa região ou em toda a Terra, e pode ser estudado com uma análise das tendências históricas, tal como mostra o gráfico em baixo. Percebemos que houve anos mais frios que outros, mas no cômputo geral, a tendência é as temperaturas tendem a vir a subir.

A taxa de aquecimento de 1998 a 2012 foi mais lenta que nos dois períodos anteriores de 15 anos.Gráfico NOAA Climate.gov

Além disso as Alterações climáticas, não são homogéneas para todo o mundo. Facto de estar a fazer muito frio nos EUA, pode haver temperaturas demasiado quentes para uma outra região do planeta. 

Enquanto os EUA recebiam com ar frio, o resto do mundo tinha um temperatura anormal mais quente. ver aqui

O clima sempre mudou, é apenas um ciclo natural o que estamos a passar

Um dos grandes argumentos dos negacionistas das alterações climáticas é justamente de que já passamos por períodos mais quentes recentemente e sobrevivemos
Embora haja evidências sugerindo que o Período Quente Medieval possa ter sido mais quente do que hoje em muitas partes do globo, as evidências também sugerem que alguns lugares eram muito mais frios do que hoje, incluindo o tropical pacífico. Essa é uma das críticas em relação aqueles que defendem um ceticismo baseado no período Medieval.
Desde o aquecimento do início do século, as temperaturas subiram muito além das alcançadas durante o Período Quente Medieval na maior parte do globo. A National Academy of Sciences Report on Climate Reconstructions ainda em 2006 verificou de forma plausível que as temperaturas atuais são mais quentes do que durante o Período Quente Medieval.
Outras evidências obtidas desde 2006 sugerem que, mesmo no Hemisfério Norte, onde o Período Quente Medieval era o mais visível, as temperaturas estão atualmente além das experimentadas durante os tempos medievais. Isto também foi confirmado por um importante artigo com a participação de 78 cientistas representando 60 instituições científicas em todo o mundo em 2013. [15],[17]
Aqui [16], podemos ver o caso concreto de Portugal, para o mesmo período. E como já podemos ver anteriormente, antes dos humanos, o clima era influenciado de facto por fatores naturais, hoje são os fatores antropogénicos que influenciam o clima. Na imagem seguinte podemos ver o pedido do Eoceno [18] , em que o calor, na altura fez derreter as calotas de gelo e o nível do mar subir. O que causou esse aumento de temperatura? Apesar de o aquecimento poder ter sido desencadeado por múltiplas causas, as causas principais foram a forte atividade vulcânica e a emissão de gás metano que se encontrava armazenado. Além disso, as concentrações de dióxido de carbono aumentaram exponencialmente aumentando a temperatura entre 5 a 8 graus. [19],[20]. Ainda assim, vale ressalvar, que foram precisos 20.000 anos para todo este processo ocorrer, ou seja foi um processo algo "lento" o que permitiu a algumas espécies se adaptar e outras se extinguir. [21].Este evento global teve um efeito catastrófico na vida neste período e várias espécies de organismos planctônicos, extinguiram. Por outro lado, muitos animais novos apareceram nessa época, incluindo veados, vacas, camelos, cavalos e primatas, muitos de seus homólogos modernos ainda estão por perto hoje. Com este processo podemos aprender, ou seja, o aumento de temperatura não vai acabar com os Sapiens, mas muitas espécies vão falecer, e inclusive várias pessoas nas diferentes partes do mundo, terão que se adaptar, migrar ou collapsar. 
History of Plants: Eocene Epoch - Genius Hour: History of Plants





O dióxido de Carbono, não é um poluente, é um gás vital á vida e não contribui para as Alterações Climáticas.

O passa a ter o estatuto de  poluente, na medida em que o dióxido de carbono "perturba o ecossistema". Um poluente é uma substância que prejudica ou os humanos ou o ambiente", ou seja, “nesta definição lata do que é um poluente, o CO2 encaixa-se perfeitamente, porque o efeito de estufa associado aos gases de estufa, que incluem o CO2, está a prejudicar grandemente o sistema climáticoos ecossistemas e as pessoas" [25], [27]

As palavras atribuídas a Antonino Zichichi foram, de facto, recolhidas a partir de um artigo de opinião assinado pelo cientista que é conhecido por criticar o que entende ser um "catastrofismo climático". Foi publicado no jornal italiano "Il Giornale", a 30 de setembro de 2019, com o seguinte título (em tradução livre): "Cara Greta, estude: Poluição e clima são coisas diferentes."

A citação é autêntica, mas a teoria que veicula não tem fundamento científico. Uma pesquisa pelos dados avançados pelo cientista italiano - nomeadamente sobre a tese de que a atividade humana teria um impacto de apenas 5% no aquecimento global - não originou resultados que comprovassem esta teoria. Além de nenhum artigo científico fiável confirmar esta percentagem [26].

Por outro lado o excesso de Co2, pode não ser assim tão benéfico para as flora terrestre. Em condições Controladas de temperatura, humidade e abastecimento de agua e nutrientes, mais CO2 induz a mais fotossíntese. Mas nas alterações climáticas não temos condições controladas, como numa estufa por exemplo. Se mudarmos alguns destes parâmetros, principalmente os dois primeiros, temperatura e humidade,faz com que independentemente de haver mais CO2, faz com que uma determinada planta entre em stress. Em sua defesa, a planta pode mesmo diminuir a quantidade de fotossíntese. ver aqui. [29],[30]

Sendo que em biologia se sabe que as plantas podem fechar os estomatos, como mecanismo de defesa. Além que o exagero de CO2 pode também fazer com a vegetação entre num estado de saturação [31]

Essa falácia que o CO2 é alimento das plantas, sim é, mas existem outros factores a ter em conta.



Bibliografia:






[1] https://www.nytimes.com/2015/11/06/opinion/fossil-fools.html
[2] https://www.theguardian.com/environment/2015/jul/08/exxon-climate-change-1981-climate-denier-funding
[3] https://www.theguardian.com/environment/2017/feb/28/shell-knew-oil-giants-1991-film-warned-climate-change-danger
[4] https://clintel.org/wp-content/uploads/2022/09/WCD-version-091522.pdf
[5]https://observador.pt/factchecks/fact-check-declaracao-assinada-por-cerca-de-1200-cientistas-profissionais-prova-que-emergencia-climatica-nao-existe/?utm_medium=Social&utm_source=Facebook&fbclid=IwAR3k7NrF_K2lLyZEHvSBbWSkb1ZQQ1HBWgEW003ffPahwFviKnA_ruFtA_Y#Echobox=1664448175
[6]https://iopscience.iop.org/article/10.1088/1748-9326/ac2774/meta
[7]https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0270467619886266
[8]https://www.science.org/doi/full/10.1126/science.1103618
[9] https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1029/2011EO240001
[10]https://www.carbonbrief.org/analysis-why-scientists-think-100-of-global-warming-is-due-to-humans/
[11]https://www.carbonbrief.org/analysis-why-scientists-think-100-of-global-warming-is-due-to-humans/
[12]https://www.researchgate.net/publication/334063969_Climate_Change_impacts_policy_and_perspectives
[13]https://www.ipma.pt/pt/enciclopedia/clima/index.html?page=onda.calor.xml
[14]https://www.sulinformacao.pt/2020/08/mes-de-julho-de-2020-foi-o-mais-quente-dos-ultimos-90-anos/
[15]https://nap.nationalacademies.org/read/11676/chapter/1?fbclid=IwAR3wMooIMqm0k_CrXKhDE82hI8ABBU-Yhun9hFmazo54LDToBKyCGe6Boic#v
[16]https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0277379104001702?fbclid=IwAR05SSNrFhUrjtucyIPJdOKWMf-NiDWBjVY7b54gSUGdf7ADIfqVUb_aV84&via%3Dihub
[17] https://www.pnas.org/doi/10.1073/pnas.1809600115
[18] https://pt.wikipedia.org/wiki/Eoceno[19]https://pt.wikipedia.org/wiki/Máximo_térmico_do_Paleoceno-Eoceno
[20]https://www.nature.com/articles/353225a0
[21]https://2ea.co.uk/paleoceneeocene-thermal-maximum-doesnt-compare-to-the-21st-century-understanding-our-effect-on-the-climate/
[22]http://pbmc.coppe.ufrj.br/index.php/en/news/552-cientistas-foram-pagos-para-escrever-pesquisas-duvidando-das-mudancas-climaticas
[23]https://link.springer.com/article/10.1007/s00704-015-1597-5#copyrightInformation
[24]https://www.theguardian.com/environment/climate-consensus-97-per-cent/2015/aug/25/heres-what-happens-when-you-try-to-replicate-climate-contrarian-papers
[25]https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/aquecimento-global-so-5-depende-das-acoes-humanas-garante-se-nas-redes-sociais
[26] https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/aquecimento-global-so-5-depende-das-acoes-humanas-garante-se-nas-redes-sociais
[27]https://scholar.google.com/scholar?hl=pt PT&as_sdt=0%2C5&as_rr=1&as_vis=1&q=greenhouse+effect&btnG=
[28]https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1029/2011EO240001
[29]https://skepticalscience.com/co2-plant-food.htm
[30]https://www.sciencedaily.com/releases/2008/02/080211172638.htm
[31]https://www.researchgate.net/publication/24376339_Elevated_CO2_Effects_on_Plant_Carbon_Nitrogen_and_Water_Relations_Six_Important_Lessons_from_FACE
[32]http://oquevocefariasesoubesse.blogspot.com/2012/11/a-negacao-da-mudanca-climatica-e.html
[33]https://ipco.org.br/meteorologista-luiz-carlos-molion-participara-do-painel-ipco-na-proxima-quinta-feira-21-de-junho/#.WX9BlSMrLaY
[34]http://oquevocefariasesoubesse.blogspot.com/2017/07/de-onde-saiu-tanto-negacionismo.html
[35]https://link.springer.com/article/10.1007/s00704-015-1597-5

terça-feira, 28 de abril de 2020

O Corona Vírus diminuiu a crise climática ?


As Ultimas noticias, circulam nos últimos tempos, mostram sinais que o ambiente pode estar a recuperar. Imagens satélite da China e Itália e outros países mostram quedas dramáticas da concentração de poluentes em diversos países. Mas devemos ter atenção e esses dados, devem ser analisados com cautela, pois apenas se referem principalmente a óxidos nitrogênio e NOX. As imagens de Nova Deli, Bangkok e São Paulo, mostram uma maior nitidez em comparação com o mesmo período do ano passado, do Norte da Índia, foi possível inclusive ver os himalaias, pela ausência do smog, coisa que não acontecei á cerca de 30 anos.
Avistamento dos Himalaia desde o Norte da India. 


Estes poluentes, que têm vindo a diminuir são poluentes de vida curta. Estes, naturalmente permanecem na atmosfera por pouco tempo. Influenciam o clima local de uma cidade por exemplo ou zona urbana particular onde se encontrem.
 No ar os NOX por exemplo contribuem para a formação de chuva acida e inclusive para a formação de ozono. Não confundir com Ozono na estratosfera, que é optimo para nos proteger dos raios ultravioleta. O ozono é um gás altamente oxidante, muito toxico que pode inclusive reagir com outros poluentes formando uma névoa toxica conhecida como "smog".

O monóxido de carbono CO, não deve ser confundido com o CO2 (dióxido de carbono). O CO é um gás conhecido, que surge na combustão seja de combustíveis fosseis, seja de outros materiais que contem carbono, como a madeira. Outros como os aerossois, que são particulas que ficam em suspensão na atmosfera, que podem ser, poeiras, fuligem, condensado de compostos voláteis e vírus e bactérias. Estes últimos são partículas pequenas, menores que PM10 ou até PM2.5, são facilmente inaladas pelo aparelho respiratório. Segundo o State of Flobal Air 2018, demostra que mais de quatro milhões de mortes por ano, são atribuídos deficiências respiratórias, associadas a estas tipo de partículas finas.

E o CO2, dióxido de carbono?

Ao contrário dos poluentes de vida curta, o Dioxido de Carnono Co2 o Metano CH4 e Oxido Nitroso N2O podem ficar por muito tempo na atmosfera, décadas ou mais.
Bilhões de toneladas de CO2 têm sido lançadas na atmosfera, depois da revolução industrial. 2,4 Trilhões de toneladas de CO2 par atmosfera, desde 1850 até 2019, ver aqui. Sendo que 40% desse total se acumulou na atmosfera e o restante 60% foi sequestrado por sumidouros de carbono, sejam oceanos ou biosfera dos continentes.

Diminuição da poluição do ar na China.


O ano de 2019, apenas, correspondeu a 43 Gton de CO2.
O que podemos esperar de 2020, considerando o Corona Virus?
Nada de muito diferente no que toca ao CO2, em vez dos 43 Gton expectáveis, este ano podemos contar com uns 40 Gton, mais coisa menos coisa,o que ainda é algo bastante considerável, corresponde a menos 5 a 7% em comparação com 2019.
A dura verdade, é que mesmo com todas as restrições impostas, seja na forma de deslocação seja, no modo de vida das pessoas, seja na industria, não fará coça sequer na crise climática.
Previsão de Glen Peters

Outras más noticias para a crise climática, foi o facto de por exemplo a COP26 ter sido adiada. Sendo esta uma COP considerada muito importante. E 2020 seria também uma altura em que os países iriam rever as suas metas da diminuição de CO2, tentando ser mais ambiciosos. As grandes economias mundiais, continuam com metas aquém do esperado, entre eles, a Russia e os EUA, foram dadas como critico Insuficiente. ver: ranking da Climate Tracker, assim como a Europa, Austrália, Canadá e Brasil, conotados como muito insuficiente. Mérito apenas para Marrocos como modelo a seguir.

Como vimos com este artigo o Covid  - 19 não á de facto uma cura milagrosa para a crise ou emergência climática que estamos a atravessar. Porque é que o IPCC estipula nesta fase a diminuição de -1,5 ºC ? E não vai mais longe?
Porque envolve muito menos riscos para a sociedade e para a Biosfera. Só há uma forma de garantir isso, reduzir as emissões para metade até 2030 e posteriormente zerar essas mesmas emissões em meados do século. Isto significa que todos os anos é necessário reduzir cerca de 6 a 7% das emissões, até chegar a meados do século em 2050, equilibrando os forcings, ou seja sequestrando mais carbono do que aquele que é emitido.

O que é que o corona virus nos levou a fazer durante este ano é na verdade quase aquilo que temos obrigação de fazer todos os anos. Não queiramos colocar a responsabilidade nos ombros de um vírus aquilo que nos compete a nós fazer.


Ricardo Ramos, formado em Educação Ambiental.
Docente na Escola Superior de Educação de Bragança;
Phd Researcher Science Education




Sites de apoio:
Nota, bibliografia não esta de acordo com as normas APA.

Royal Belgian Institute for Space Aeronomy
https://en.wikipedia.org/wiki/Nitrogen_oxide

Stats of Global Air 2018: https://www.stateofglobalair.org/sites/default/files/soga-2018-report.pdf
Carbon Brief

Future Learn: Long lived greenhouse gases

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Greta Thunberg salvadora do mundo ou filha do demónio ?


Greta Thunberg, de certeza que já ouviu falar dela.
Em Agosto de 2018, sueca começou a faltar às aulas para protestar em frente ao Parlamento do seu pais, a Suécia.

Têm 16 anos, e está na vanguarda da luta contra o problema das alterações climáticas.
Greta arrastou com ela milhares de apoiantes, sensibilizou o mundo, apontando o dedo a vários governos e governantes.
Já tínhamos consciência do problema, mas não o víamos com urgência


O porque do sucesso de Greta?Cientistas de renome, já o tinham tentado, durante vários anos, assim como várias figuras publicas, inclusive Leonardo Di Caprio, tentam fazer campanha para combater a problemática de problemas ambientais, inclusive as alterações climáticas. Mas nunca ninguém conseguiu mobilizar e abanar tanta gente para este problema como a jovem sueca.

Talvez seja a sua linguagem corporal, cara arredondada e corpo franzino e de sorriso tímido, com duas tranças inocentes, Greta sofre de Asperger, tendência para criar obsessões em torno de alguns temas em específico e de falar apenas quando têm que falar.
O facto de associar-mos uma criança, que se preocupa com problemas reais, quando os adultos se estão borrifando, deixa-nos de facto a pensar.
Os seus discursos, são crus fortemente directos, que embatem com alguma violência nas plateias de quem a ouve.

"as pessoas começam a falar de esperança, de painéis solares, de energia eólica, da economia circular, e por aí em diante. Mas não é isso que eu vou fazer. Já andamos há 30 anos a dar palmadinhas nas costas e a vender ideias positivas. Lamento, mas não funciona. Porque se funcionasse, as emissões já teriam descido por esta altura. E não desceram. Claro que precisamos de esperança. Mas aquilo de que precisamos mais é de ações."
TED Talk

Leia aqui algumas frases da jovem Sueca.


Porque é tão odiada?

Apontam o dedo por ser uma criança, que está ser monopolizada pelo lobby ambiental. Conspirações a parte, diz -se que que lhe estão a roubar a infância, quando nasceu num pais rico. Que as suas ideias, não saem da sua cabeça e sim dos pais que se aproveitam da sua inocência para lançar livros e auto proclamar.

O facto de ser uma jovem com síndrome de Asperger é alvo de critica, assim como facto de não ter curriculum nem nenhum estudo cientifico da sua autoria.

O facto de faltar ás aulas, não é bem visto com bons olhos.

Ao mesmo tempo analisam todos os passos da jovem, afirmando que a sua pegada ecológica não é a melhor. Uma delas foi a sua deslocação de veleiro para Conferência da ONU, quando a comitiva viajava de avião, o veleiro oferecido por Pierre Casiraghi, filho da princesa Caroline de Mônaco, que colocou à sua disposição o "Malizia II", uma embarcação com "zero emissão de carbono".

O seu discurso na abertura da Cúpula do Clima, na sede das Nações Unidas foi criticado por ser demasiado teatral. Greta disse a líderes mundiais que sua infância foi roubada por "palavras vazias" no meio de sufoco e lágrimas.

Os comentários em sites portugueses são comentários que incitam por vezes ao ódio gratuito, proferindo frases feitas sobre cepticismo em relação á sua campanha e por vezes inclusive á problemática das alterações climáticas.

Conclusão e a minha visão das coisas
Não basta exigirmos que os outros mudem por nós. Apontar o dedo aos governos é fácil, mas a mudança tem que começar connosco. Esta jovem sensibiliza a população, como nunca ninguém fez. Se erra em algumas coisas? Sim claro.
Grandes nomes da sociedade também erraram, foram criticados mas hoje são lembrados.
Uma pesquisa rápida pelas redes sociais, constato que existe um ataque serrado a jovem sueca, parecendo quer descredibilizar a mensagem. Pode-se de facto concordar ou não com uma ou outra reivindicação da jovem, mas têm que se ter em mente que a essência da luta que defende é legitima e urgente.

As pessoas que reagem mal a facto de ter sindrome de Asperger, não sabem talvez que com esta doença as pessoas reagem a situações de forma diferente, dai por vezes a dizerem que o seu discurso é demasiado teatral.

Os pais, acusados de ganhar dinheiro á custa da filha. Antes do Boom de Greta Malena (mãe), já era uma reputada cantora de Ópera a nivel internacional, sendo que já foi dito pela familia que os lucros com a venda do livro revertem a favor de instituições de caridade. Fonte

A pegada ecológica de Greta é exageradamente calculada para lhe apontar defeitos. Praticamente nenhuma viagem será 100% verde, no entanto ao criticar a sua viagem, deixa se por vezes de parte a sua mensagem que apela ao uso de transportes cada vez mais amigos do ambiente.
Inclusive o barco tão criticado de Greta, foi equipado com painéis solares e com turbinas submarinas que geram electricidade, para assegurar a mínima pegada ecológica, assim como vela bio degradáveis. Foi emprestado por um magnata? e que mal é que isso têm? Só mostra que as pessoas com dinheiro, estão de facto preocupadas como problema. Seria melhor que tivesse ido de avião?

Eu poderia apontar mil e um defeito a esta rapariga. Mas é melhor ter uma Greta Thunberg do que esperar que Deus nosso senhor nos resolva as coisas. De facto quando constatamos que os jovens tenham Greta como um ídolo têm que ser visto como algo positivo, de facto podemos constatar que esta nova geração está de facto mais sensibilizada com o ambiente. Alias o ódio a Greta, é escusado, porque ela não vai ter influência directa na forma, mas sim na chamada de atenção em acelerar a mitigação de um problema.

Como diria Albert Einstein "Os grandes espíritos sempre sofreram oposição violenta das mentes medíocres. Estas últimas não conseguem entender quando um homem não se submete sem pensar aos preconceitos hereditários e usa a inteligência com coragem."

Aos haters.
Quando os adultos acham bem insultar uma criança gratuitamente, percebe-se bem para onde a sociedade caminha a passos largos. Existem comparações com ideologias Nazi, trocadilhos com o seu nome com um palavrão em português. Se não têm respeito pela jovem, tenham pelo menos respeito pelo  assunto em causa, porque é muito sério. Infelizmente existe ainda muita gente que acha que é drama climático e o problema não é real.
Muitos dos que a criticam, não são sequer estudiosos da causa e poucas coisas fazem em prol do ambiente, uma pesquisa rápida pelos seus perfis de facebook, dá para vislumbrar que tipo de pessoa são.
Exibindo a sua vida social e profissional, e alienados pelo materialismo e obsessão com os bens  materiais e status social que exibem orgulhosamente, afinal para que serve o Facebook em Portugal, se não for para se auto exibir e criticar?

Ao verem crianças a atuar como um adulto, são os adultos que começam a comportar-se como crianças.

how dare you


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

A percepção dos alunos do ensino superior face ás alterações climáticas

As alterações climáticas são um dos dos problemas ambientais mais urgentes em resolver, sendo o desafio da humanidade para o sec XXI. As consequências começam a ser visíveis, em todo mundo, recaindo mais sobretudo nas regiões polares da Terra que são locais onde a mudança do clima está a ter impactos mais visíveis e significativos. 


Para mudarmos este paradigma é de de extrema importância que as pessoas estejam sensibilizadas para a problemática das alterações climáticas. 
De modo a tentar avaliar a percepção, este estudo recaiu sobre alunos de dois cursos superiores, sobre as alterações climáticas, nomeadamente Educação Social e Educação Ambiental. 
Consistiu na aplicação de 129 inquéritos por questionário a uma amostra não probabilística, procurando acima de tudo abranger os principais pontos considerados no que toca ao conhecimento ambiental.
Nas questões submetidas no inquérito, foram colocadas propositadamente, algumas questões com "rasteira" de modo a testar os conhecimentos do inquiridos sobre as alterações climáticas.


De acordo com a análise dos dados recolhidos ao longo desta investigação,podemos afirmar que as percepções dos alunos dos dois cursos são diferentes. Os alunos de Educação Ambiental alcançaram um valor médio na escala, sendo a sua opinião acerca dos fenómenos das AC estarão mais próximos da verdade.
Ou seja, a sua educação e conhecimentos técnicos sobre as matérias (do ponto de vista da informação), exerceu uma influência mais forte na construção das suas opiniões e respostas dadas.
Getty Images


No geral verificou-se segundo os inquiridos que o ambiente é visto como algo que os preocupa. Contudo, temos a percepção de que apesar dessa preocupação, falta passar das palavras às ações. Sendo que foi verificado, através dos dados, que a maioria dos inquiridos encara as alterações climáticas como um problema sério que deve ser reparado por vários sectores da sociedade atual. 
Mas em contrapartida foi denotada alguma falta de conhecimento ou cultura sobre o clima e fenómenos das alterações climáticas.

Se, por um lado, alguns dos inquiridos admitem reconhecer o problema das AC. Quando concentradas todas as questões da pesquisa, pode-se observar que as mesmas confirmaram que os inquiridos identificam grande parte das consequências das alterações climáticas, mas que não fazem práticas coerentes com a necessidade de preservar o meio ambiente. Chega-se à conclusão que os alunos respondentes estão de facto preocupados com as alterações climáticas e alguns demonstram-no através do seu discurso, mas que pode não se traduzir na prática do seu dia-a-dia. 

Assim sendo, um dos principais desafios que se pode extrair em paralelo desta pesquisa, é que deverão ser encontradas estratégias que permitam uma melhor informação/educação dos indivíduos sobre a temática dos problemas ambientais, sendo a Educação Fulcral e ser enraizada no sistema de ensino. Encorajando os alunos a tomarem medidas e a desenvolver atividades que possam ir ao encontro das suas convicções ambientais. 

Fonte:

Ramos, Ricardo. (2016). "Percepção dos alunos do ensino Superior face as alterações climáticas" Dissertação de Mestrado. Bragança. Escola Superior de Educação de Bragança. doi:
https://bibliotecadigital.ipb.pt/handle/10198/13904


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Povoados Fortificados e Vegetação envolvente

Resumo: A base deste trabalho vai ser o estudo da vegetação de forma a compreender qual a relação
do homem proto-histórico com a natureza dos locais onde implementavam os castros, ou povoados
fortificados.
Sabe-se que por norma a escolha dos locais para a sua implementação era decidida pela geografia que
os mesmos apresentavam, normalmente locais com grande altitude, e boa visibilidade, escolhidos de forma estratégica. Desta forma é importante perceber se a vegetação era uma característica fundamental para a escolha do local.
A vegetação, tal como a espécie humana está em constante evolução, por este motivo penso que será
proveitoso e enriquecedor estudar e tentar perceber qual o tipo de vegetação que os proto-históricos
escolhiam para serem envolvidos, e qual a relação existente entre a vegetação e os povoados.


Sabemos que a vegetação hoje em dia, tem uma relação próxima com o homem o mesmo se passava
com os nossos antepassados.
A maioria das vezes houve interferência humana na vegetação mais próxima dos povoados fortificados, através de diversas actividades. Estas eram condicionadas pela oferta ambiental de cada região.
Um povoado fortificado, ou castro, são os restos arqueológicos, vulgo ruínas, de um povoado
específico da Idade do Cobre e da Idade do Ferro, característicos das montanhas do noroeste da Península
Ibérica, na Europa.
Desta forma torna-se indispensável falar da interdisciplinariedade entre arqueologia e conservação da
natureza; fazendo uma breve definição das duas disciplinas, que se cruzam neste trabalho.
Arqueologia é uma disciplina científica pertencente às ciências sociais, que estuda as sociedades já
extintas, através dos restos materiais, quer sejam objectos móveis, ou objectos imóveis; no entanto incluem
também a relação/intervenções feitas pelo homem no meio ambiente, e é nesta fase que a conservação da
natureza se relaciona com a arqueologia.
Podemos afirmar que já os nossos antepassados se preocupavam com o desenvolvimento sustentável; pois “conservação da natureza é o manuseamento do uso humano na natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir maior benefício, em bases sustentáveis, às actuais gerações, mantendo o seu potencial de satisfação às necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral.” (fonte: SNUC – Sistema nacional de unidades de conservação, lei nº9985 de 18-07-2000 apud. ABSY, 2005)

Castro de Colmo, Vigo.
Vegetação Local
Os povoados fortificados da proto-história normalmente localizavam-se em encostas escarpadas, com
alguma proximidade aos rios.
Na actualidade alguns desses povoados estão cobertos por bosques de Quercus Pyrenaica, uma
espécie autóctone.
Estes bosques conservam-se, pois têm alguma importância na economia, fornecem madeira para
construção, material combustível, alimento para o gado e reserva de caça.
Não só há bosques de Quercus Pyrenaica, como também existem bosques com uma extensão e
densidade relativa de Quercus Ilex, estes normalmente aparecem em plainos abrigados, solos xistosos e
pouco profundos, rodeados por cumes altos.
Outra espécie também importante é a Castanea Sativa, que se encontra em soutos, e em castinçais.
A extensão de Castanea Sativa foi diminuindo devido a vários factores, entre eles destacam-se a
doença da tinta, fogos de grandes dimensões, e a expansão da batata que substituiu a castanha na dieta
alimentar.
Embora haja grandes áreas de florestas, há locais de pastoreio e locais para agricultura.

Castanheiro gigante de Guilhafonso uma idade estimada em mais de 400 anos. Castanea Sativa


 Discussão – Paisagem da Idade do Ferro
Através da realização de análises palinológicas e osteológicas, chegaram-se a vários resultados. Neste
período histórico a agricultura cerealífera ocuparia uma importante faixa da paisagem.
Os espaços abertos de pastagens, e campos de cereais eram intercalados com matas de recuperação
criando assim um azulejo na paisagem proto-histórica.
Pensa-se que os espaços não arborizados estejam relacionados com a pecuária e a pastoricia ou com
ambas as actividades, e relacionados também com a prática das queimadas mediante um sistema de roças.
Durante este período a caça era bastante importante, com base nas análises osteologicas puderam-se
fazer listas de fauna cinegética existente na zona de Trás-os-Montes.
A fauna referente á caça é: ursus sp, linx pardina, rupricapra pyrenaica, capreolus capreolus, cervus
elaphus, sus scrofa.
Na actualidade o ursus sp, e o linx pardina já não existem neste território a extinção desta espécie
deve-se principalmente a dois factores: eram as espécies mais sensíveis à pressão humana; e havia grande
actividade cinegética.
A presença de cervideos e de espécies silvícolas demonstra que os locais onde se encontravam os
povoados integravam espaços de floresta.
Desta forma supõem-se que manchas de florestas de Quercus Ilex e/ou Quercus Pyrenaica cobriam as
vertentes dos rios e as encostas das serras.
Em termos de fauna doméstica há vestígios de: bos tauros, equus caballus, sus scrofa domesticus,
capra hircus, e ovis arie; que seriam alimentados em pastagens localizadas nas zonas mais húmidas

Conclusão
Estes povoados demonstram uma ecologia equilibrada, em que os habitantes tinham um bom regime
alimentar, e por isso os povoados não poderiam ser de grandes dimensões, pois criar-se-iam excedentes
demográficos, e fazia com que houvesse reflexos negativos na estrutura da paisagem e do meio-ambiente.
Após este estudo, com base na análise bibliográfica pode-se contrariar uma primeira teoria em que se
defendia que a economia castreja era basicamente agrícola.
“Sugerimos que a economia da Idade do Ferro se desenvolveu segundo diferentes modelos de
aproveitamento dos recursos naturais.” (Sande Lemos, 1993)
A intervenção humana na floresta pode se explicar por estar relacionada com várias estratégias como:
limpeza do sub-bosque para desenvolver a pastorícia; o corte selectivo de certos indivíduos para permitir o
crescimento de outras espécies; e também a desflorestação para obter zonas de cultivo.


Referências
[1] Pereira, Paulo Jorge da Silva (2006). ‘Parque Natural de Montesinho: Enquadramento Ambiental’ in
Património Geomorfológico: conceptualização, avaliação e divulgação. Aplicação ao Parque Natural de
Montesinho, volume I, pág. 119 – 139.
[2] Seijo, María Martín; Figueiral, Isabel; Bettencourt, Ana; Gonçalves, António H.Bacelar; Alves, M. I.
Caetano (2011). ‘A floresta e o mato. A exploração dos recursos lenhosos pelas sociedades da Idade do
Bronze no Norte de Portugal’ in Florestas do Norte de Portugal – História, Ecologia e Desafios de Gestão,
68 – 80.
[3] Lemos, Francisco Sande (1993). O povoamento romano de Trás-os-montes Oriental, volume I e II.
[4]Castro, José (2003). ‘Valor ecológico da paisagem rural de Trás-os-Montes’ in II Jornadas Ibéricas de
Ecología de Paisaje – Presente y Futuro de la ecología del paisaje en la Península Ibérica, 73 – 77.
[5]Aguiar, Carlos; Pinto, Bruno. Paleo-história e história antiga das florestas de Portugal Continental – Até à
Idade Média, 15 – 53.
[6] Lemos, Francisco Sande; Cruz, Gonçalo; Fonte, João; Valdez, Joana (2011). ‘Landscape in the Late Iron
Age of Northwest Portugal’ in Atlantic Europe in the first millennium BC, 183 – 204


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Resposta aos céticos das Alterações Climáticas

Nos últimos tempos têm havido um crescente numero de pessoas, que se dizem cépticas no que toca ás alterações climáticas. O cepticismo pode ser entendido como um aliado da ciência e da investigação, o facto de haver discordância, acaba por fomentar a a busca de melhores argumentos, de reforçar aquilo em que se acredita. Na verdade sempre houve discordância em todas as áreas; finanças, economia,futebol, direitos humanos, religião, etc.
Os cépticos  ganharam voz e mais força, depois dos acontecimentos da conferência de Copenhaga. O que aconteceu nessa conferência foi um fracasso total, devido ao roubo de diversa informação de computadores da Universidade de East Anglia, em Inglaterra.

Citando o Blog AstroPT : "Foram roubados cerca de 1000 e-mails, mais de 3000 outros documentos, e muita informação pessoal sobre as pessoas que lá trabalham ou que comunicam com essa universidade (números de telefone pessoais, moradas, etc).
Ou seja, para que não haja dúvidas, repito que tudo isto começou por terem sido ilegalmente retiradas à universidade informações pessoais das pessoas que por lá trabalhavam ou que comunicavam com a Universidade (era como se vos roubassem a carteira, todos os vossos documentos, e cartões multibanco com os códigos para levantarem dinheiro… e com essas informações fossem a seguir roubar as casas dos vossos amigos!).
De entre esses quase 5000 documentos, muitos com mais de 10 anos, a controvérsia prende-se com SOMENTE 5 e-mails. E nem é a totalidade do e-mail. Desses 5 e-mails, os conspiradores retiram somente 1 frase aqui e ali por e-mail, e imaginam logo conspirações. Mais, os e-mails levam basicamente à mesma pessoa, Phil Jones, que era o director da unidade de investigação dessa universidade, e despediu-se. A outra pessoa envolvida era o Michael E. Mann da Pennsylvania State University, que ficou para sempre desacreditado.

A grande fonte da conspiração foi o cientista ter usado a palavra “truque” num e-mail para descrever os dados que eles publicavam. Os “truques” são usados na ciência todos os dias. Vejam lá quando andavam na escola e recorriam frequentemente a “truques matemáticos”. Eram mesmo truques? Claro que não! Pelo menos não na asserção da palavra em termos populares. 2 + 2 = 4 com ou sem truques! O que se fazia e faz é usar uma estratégia mais simples e confiável para resolver o problema. Em matemática usa-se “atalhos de pensamento”, os tais “truques”. Não há nada de secreto, não há qualquer manipulação. 2 + 2 = 4 mesmo com “truques matemáticos”
Só porque existia a palavra truque num dos email ??

O planeta não está aquecer
Outro argumento que os cépticos adoram, é dizer que o planeta não está na verdade aquecer. Segundo eles o que acontece é o fenômeno designado de "Ilhas de calor". Acreditam que apenas as cidades, ou a temperatura envolto das mesmas está na verdade aumentar, devido a vários factores. Um dos grandes defensores, das ilhas de calor, é o professor Molion. Um céptico convicto, que afirma que tudo isto é uma farsa e que na verdade é um plano dos países capitalistas.
Para responder ao professor Molion existe um estudo, que foi feito pelos próprios cépticos em que pretendiam provar que a temperatura global não estava aumentar, mas sim e apenas as cidades, devido ao designado efeito de ilhas de calor. Alguns afirmando inclusive que estamos prestes a entrar numa era glaciar.
Mas este estudo veio mesmo desmentir as crenças e confirma que a Terra está mesmo mais quente. Podem ler a noticia do jornal Público aqui
A temperatura de superfície, é uma medida de temperatura atmosférica. Mas mais de 80% da energia retida pelo efeito estufa intensificado vai para o aquecimento dos oceanos.

A temperatura no Planeta resulta de um equilíbrio entre a energia e a que sai. A variação do sistema climático ocorre quando existe um desequilíbrio devido a forças externas (forcings) naturais, antropogénicas ou fruto de uma mudança na dinâmica interna do clima. Referimo-nos a uma variação acentuada do clima, que se prolonga no tempo e pode ser mensurável, como foi referido, e que difere da irregularidade natural do clima, fruto da dinâmica interna do Planeta. Esta irregularidade natural inclui desde a simples mudança das temperaturas de noite para as de dia, a fenômenos mais intensos como o El Niño, La Niña, por exemplo, que influenciam o clima de uma forma periódica.
Os dois principais fatores externos naturais são as erupções vulcânicas e as variações na radiação solar, sendo este último fundamental para providenciar a energia que o sistema climático necessita


O aquecimento global não é causado pelo CO2 mas sim pelo Sol

 Se por um lado existe um acréscimo no input de dióxido de carbono na atmosfera, este não é acompanhado por um output do sistema. Trocas rápidas (entre menos de um ano e algumas décadas) de CO2 apenas podem ocorrer entre a atmosfera e a biosfera (plantas, animais e solo) ou as águas superficiais dos oceanos. No entanto o input de CO2 altera a sua composição química, tornando as águas oceânicas superficiais mais ácidas e apenas processos com a duração de escalas de tempo geológicas (milhares de anos) possibilitam que estas águas, carregadas de dióxido de carbono, se envolvam com águas mais profundas. Este é depositado no fundo dos oceanos onde a sua deposição em sedimentos constitui o único processo de remoção natural e permanente do dióxido de carbono. A composição química dos oceanos que ao tornarem-se mais ácidos (devido ao aumento da concentração de dióxido de carbono) vão perdendo a capacidade de absorção de CO2 uma vez que se vão saturando.

 O que nós fazemos é perturbar este equilíbrio. Pois o nosso CO2 não é absorvido na totalidade, pelo que permanece no ar. Para atenuar o problema as florestas estão a ser cada vez menos e o fitoplanton está a diminuir, devido ao aquecimento, acidificação dos oceanos.
Para reforçar a ideia de que o Co2 aumenta a temperatura existe uma experiência muito simples para se fazer em laboratório, que pode ser lida aqui ou aqui

Quanto ao sol tem, obviamente, uma influência forte no clima, pois é a fonte de quase toda a energia do clima da Terra. Uma comparação entre sol e clima nos últimos 1150 anos mostrou que as temperaturas estão estreitamente relacionadas com a atividade solar.Todavia, após 1975, as temperaturas aumentaram não coincidindo com a atividade solar. Isso levou o estudo a concluir que “durante estes últimos 30 anos a irradiância solar total, irradiância solar de ultravioleta e o fluxo de raios cósmicos não mostraram nenhuma tendência  significativa de modo a influenciar o atual aquecimento, de forma que pelo menos este episódio recente de aquecimento deve ter outra causa. De fato, várias medições independentes de atividade solar indicam que o sol mostrou uma ligeria tendência de resfriamento desde 1960, durante o mesmo período que as temperaturas globais se elevaram. Durante os últimos 35 anos de aquecimento global, sol e clima têm se movido em direções opostas.
 Irradiância Solar Total de 1880 a 1978 de Krivova et al 2007 (dados). Irradiância Solar Total de 1979 a 2009 do PMOD.
Campo magnético total do sol. Como você pode ver os resultados em declínio desde 1975
Basta uma pesquisa rápida no Google "atividade solar últimos anos" para termos rapidamente a respostas. Aqui podem acompanhar a atividade solar em direto, e vários gráficos indicam que atividade do sol deveria de facto estar arrefecer.


O nível de água dos Oceanos
É importante também, referir que uma parte significativa da subida do nível dos oceanos deriva da expansão térmica dos mesmos (quando a água aquece expande-se). Os oceanos têm vindo a aquecer, a profundidades cada vez mais elevadas, alterando a composição química destes e pondo em causa diversos sistemas bastantes sensíveis a pequenas alterações e que estão na base da cadeia alimentar.
Quanto aos icebergs, eles não vão alterar em nada o nível do mar, isso é um principio de Arquimedes, colocando um copo de água cheio com um cubo de gelo lá dentro não vai alterar em nada o nível da água no copo, visto o gelo ser mais denso. Só o gelo em terra é capaz de fazer aumentar o nível do mar, já o gelo nada ou pouco altera o nível do mar. O fenômeno pode ser explicado matematicamente aqui
Ou seja o aumento do nível do mar só se as grandes geleiras da Antártica e da Groenlândia derretessem, visto que estão em terra, mas o gelo marítimo do pólo Norte não contribui para isso, visto ser gelo em suspensão no líquido, se derreter, não elevará o nível da água.
O que acontece é que o gelo da Gronelândia está mesmo a derreter.
A maior parte da população mundial vive junto à costa. No Bangladesh, por exemplo, 17 milhões de pessoas, aproximadamente, vivem numa zona costeira com menos de um metro acima do nível do mar. Ver aqui

As Alterações Climáticas sempre existiram
A capacidade que a paleoclimatologia nos oferece de “olhar para trás” no tempo e perceber como o clima se comportou mediante a influência de uma multiplicidade de fatores naturais. A caracterização do passado é feita em largos períodos temporais, utilizando várias fontes como os núcleos de gelo, nomeadamente do Antártico e da Gronelândia, anéis de árvores, formações sedimentares, entre outros.Através da informação paleoclimática recolhida é possível reconstruir cenários climáticos que demonstram as consequências no ambiente geradas por excessivas quantidades de dióxido de carbono na atmosfera. De facto, estes fenômenos de aquecimento no passado possuem uma origem natural.

O clima instável

Um súbito aquecimento durante a Era Terciária, há aproximadamente 56 milhões de anos ou seja 10 milhões de anos depois da extinção dos dinossauros no Cretáceo. As regiões polares e a latitudes mais elevadas encontravam-se maioritariamente livres de gelo, podendo as temperaturas do ar alcançar os 25°C e do oceano Ártico. A origem deste aquecimento, todas as hipóteses parecem apontar para uma libertação massiva de hidratos de metano (a oxidação do metano origina CO2).

Mais recentemente o período a meio do Plioceno, há aproximadamente 3 milhões de anos atrás, a temperatura média global encontrava-se 2°C a 3°C acima dos valores pré-industriais; o CO2 entre 360 e 400 ppm e os oceanos 25m acima do nível atual, um período quente que promoveu o desenvolvimento dos hominídeos.

Durante o Pleistocénico (Quaternário), a Terra arrefeceu e entrou num ciclo de períodos glaciares intercalados por períodos mais quentes (interglaciares), ciclos resultaram numa variação bastante acentuada das temperaturas. Durante os períodos glaciares, as temperaturas médias globais encontrar-se-iam 3°C (trópicos) a 5°C (latitudes mais elevadas) abaixo das atuais,  a camada de gelo do Ártico a atingir grande parte do Reino Unido e norte da Alemanha.

A transição para o Holoceno (período atual)acontece pouco depois do final da última grande glaciação, há cerca de 10 000 anos, promoveu o desenvolvimento da civilização humana, nomeadamente através da agricultura, prática impossível ou quase impossível na era anterior, devido ao clima frio e seco em quase todas as regiões.
Uma cena no gelo de Hendrick Avercamp (1585 - 1634), Países Baixos. O frio extremo do inverno de 1608 que inspirou esta cena foi típico durante o período de 1565 a 1665. Pequena idade do Gelo

Destacam-se apenas dois períodos onde existiu uma mudança mais acentuada: o Período Quente Medieval durante o século XI e XIV e a Pequena Idade do Gelo associada ao período entre os séculos XV e XIX. Devido à falta de registos fiáveis sabe-se apenas de relatos de aumento das temperaturas e da precipitação que se prolongam por um período dentro dos séculos referidos para o Período Quente Medieval.Informação paleoclimática recolhida inicialmente revelava que este tinha sido o período mais quente nos últimos 2000 anos, com um aumento de temperatura entre 1°C e 2°C. No entanto informação recente veio revelar que na realidade a temperatura média era de 0.3°C inferior à atual, ou seja, o que foi um período anormalmente quente face às temperaturas médias da época, é, quando comparado com as temperaturas atuais, um período mais frio, o que só vem atestar o aumento de temperatura atual face a alguns séculos atrás. Por outro lado a Pequena Idade do Gelo traduziu-se numa diminuição da temperatura média de 0.6°C durante o período referido. O vulcanismo particularmente activo durante a Pequena Idade do Gelo bem como mudanças na intensidade da radiação solar foram factores decisivos na influencia.

Os ultimos 100 anos

O final do século XIX e inícios do século XX é marcado por um aumento ligeiro mas gradual da temperatura média global (no rescaldo da Pequena Idade do Gelo), com acentuadas variações regionais. Este aumento acentuou-se particularmente entre 1910 e 1940. No entanto, desde 1970 que as temperaturas têm vindo a aumentar a um ritmo bastante mais acelerado que no início do século XX. De facto, os 13 anos mais quentes, desde que existem registos, ocorreram todos nos últimos 15 anos (1997-2011), sendo 2005 o ano mais quente alguma vez registado, apesar de recentes notícias apontarem 2010 como o ano mais quente de sempre.
Fonte: NOAA, National Climate Data Center,
O Ártico é um desses sistemas onde a temperatura aumentou aproximadamente 3°C desde 1980 (Lemke, 2007). Os glaciares/coberturas de gelo são altamente sensíveis às mudanças climáticas sendo uma variável fundamental nos programas de monitorização do clima. Tornam-se tão ou mais importantes dado que representam ¾ de toda a água potável existente no planeta. No documentário Chasing ice um céptico das alterações climáticas, tenta provar que o aquecimento global não é caso para tanto alarme, mas acaba por ter uma surpresa, rendendo-se ás evidências.

Como é possível concluir da análise dos dados sobre a concentração de CO2 presente nos núcleos de gelo da Antárctica, nos últimos 400 000 anos a concentração de dióxido de carbono na atmosfera oscilou consoante os períodos glaciares ou interglaciários. Na verdade sempre existiras mudanças no clima ao longo da história do planeta, mas a verdade é que ultimamente a temperatura tem aumentado, ainda que haja anos mais quentes que outros, no geral tem havido um aumento gradual da temperatura.



O gelo na Antártida está a aumentar
Se realmente os cientistas de um inteira comunidade cientifica nos estivessem a enganar, todas as zonas do mundo com gelo estariam a aumentar a sua área com gelo, certo? o que acontece é o contrário.
No caso do gelo nos polos, o que acontece é o seguinte; existe um  periodo de crescimento do gelo sendo esse período no Inverno, mas que tende a ser mais curto que o periodo de degelo.
Documentário Chansing Ice, graças a filmagens constantes em vários pontos do planeta, foi possivel visualizar o gelo a derreter e a recuar. Documentário elaborado por um James Balog um ex Céptico das Alterações Climáticas

Depois existe uma diferença em derreter em espessura e derreter longitudinal.Muitas vezes o gelo está a derreter nas camadas inferiores e á superfície quase que se mantém inalterado, isso porque a água em profundidade tende a ser mais quente que á superficie. Além que o gelo continental, é diferente do gelo oceânico. O gelo continental acumulou-se ao longo de milênios sobre o continente por meio de precipitação de neve. Este gelo, na verdade, é água dos oceanos que um dia evaporou e então caiu na forma de neve.
Mas o fenômeno pode ser explicado mais detalhado aqui num artigo do jornal The Guardian.
Além disso muita da  temperatura está a ser transferida para os fundos oceânicos.
Pode ler o artigo cientifico aqui:
http://www.sciencemag.org/content/345/6199/897
Estes ciclos, em que parte da temperatura atmosférica é transferida para os fundos oceânicos, duram cerca de 20 a 35 anos. 

Se houver um culpado é o Metano 
Este argumento veio a ser usado e massa, depois do cocumentário Cowspiracy. Em que se baseia que o gado bovino, é o principal culpado dos problemas ambientais do planeta, pelo facto de expelirem grandes quantidades de metano para atmosfera, grande quantidade de floresta têm sido devastada para semear alimento para o gado, pois a humanidade está demasiado dependente de carne e pelo facto de que grandes quantidades de água são gastos para as explorações de gado.
A mensagem do documentário pode ser aproveitada. Um quilo de carne por exemplo quando chega ao nosso prato, foram gastos cerca de 15 mil litros de água, mas isso dava outra conversa.O facto do gado expelir metano para a atmosfera principalmente nas enormes explorações de gado é um problema sim. Mas não esquecer também do permafrost (solo permanentemente gelado) por debaixo da plataforma, considerado há muito como uma barreira impermeável, está perfurado e a deixar escapar grandes quantidades de metano para a atmosfera. Artigo do público pode ser lido aqui e outro do folha aqui.

O metano é também um gás com efeito de estufa, existente no meio natural que tem observado um aumento significativo por via das emissões devido a fatores antropogénicos. Como o dióxido de carbono calcula-se que o Planeta esteja preparado para “lidar” com um certo volume de emissões geradas por fontes naturais, como os terrenos pantanosos, as térmitas através do seu processo digestivo, os oceanos, rios e estuários, os hidratos de metano presentes em zonas subaquáticas profundas ou em zonas de sedimentação,  as emissões produzidas por vulcões, fogos, mas grandes quantidades de metano já se sabe o que pode resultar.

Apesar de diminuta, quando comparada com o dióxido de carbono, a produção de metano e a sua concentração na atmosfera (1,775 ppm em 2005 quando comparadas com 380 ppm de dióxido de carbono), representa atualmente cerca de 14% do efeito de estufa devido ao facto deste gás ser 20 vezes mais eficaz que o CO2 na absorção de radiação.

Metano libertado pelo permafrost

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Todos os cientistas que defendem o aquecimento global são pagos para o fazer.
Existem cientistas que pertencem a governos e organizações, ONG's, mas também existem cientistas que o fazem individualmente. Desde meros estudantes que fazem pesquisas para as usas teses de mestrado ou doutoramento. E depois existem empresas que pagam a cientistas para negarem o aquecimento global. Existem casos bem conhecidos;

"Esta arrogância é acompanhada por milhares de opinion-makers [comentadores] a soldo, assim como órgãos de comunicação social que colocam no mesmo plano cientistas do IPCC e comentadores que têm "ideias" sobre "assuntos". Várias redes de financiamento por parte das petrolíferas e alguns grupos económicos, tal como os think tanks [grupos de estudos, pensamento] de céticos do clima já foram expostas publicamente."
 in Visão

Muitos destes cientistas contradizendo o aquecimento global, conseguem aparecer. Muitos nem precisam de ter um curriculum muito reconhecido, para terem uma oportunidade para discursar na TV ou na rádio. Isto só porque não se concorda com uma ideia cujo outros 97% concordam.

O artigo poderá ser lido na totalidade aqui. Empresas que contribuem mais para as alterações climáticas.
Cépticos boicotam ensino das alterações climáticas.




Não há consenso na comunidade cientifica
A posição das Academias de Ciências de 19 países, mais várias organizações científicas que estudam climatologia, é que os seres humanos estão a causar o aquecimento global. Mais especificamente, 97% dos climatologistas que ativamente publicam estudos reforçam a posição do consenso. Não adianta dizer que são todos pagos. As petroliferas com os seus enormes cofres de dinheiro, caso soubessem que era uma mentira, rapidamente se aprontavam em negar a existência do problema, apesar de algumas o fazerem! Mas o que estamos a assistir é o contrário, as petroliferas estão agora mais focadas nas energias verdes.
Assim como as companhias de seguros que estão cada vez mais de "pé atrás" devido ao crescente numero de desastres naturais.

O consenso do IPCC não é falso como se diz em alguns sítios da internet, 113 países concordam que o problema da alterações climáticas é um problema.

No ano 2000, o IPCC publicou um relatório especial sobre as emissões de gases com efeito de estufa, para o século seguinte (SRES – Special Report on Emission Scenarios), produzindo um total de 40 cenários futuros possíveis, agrupados em quatro famílias principais – A1, A2, B1 e B2. Os cenários têm por base variáveis sobre o crescimento populacional, o desenvolvimento social e económico, as principais fontes de energia e desenvolvimento tecnológico. De modo a não haver apenas um cenário, pois não se pode apenas pegar num apenas cenário e fazer previsões ou dizer que estas estão erradas com base nesse mesmo, daqui a 10 anos muita coisa muda e um cenário apenas, pode deixar de poder fazer efeito. Os cépticos costumam referenciar apenas um cenário, vindo a confirmar mais tarde que nada disso aconteceu.

2 cenários exemplo:
- A família de cenários A1 descreve um futuro de rápido crescimento económico mundial, reduzido crescimento populacional e rápida introdução de novas e mais eficientes tecnologias. Os grandes temas subjacentes são a convergência entre regiões, desenvolvimento das capacidades e aumento de interações sociais e culturais, com uma substancial redução nas diferenças do rendimento per capita ao nível regional. A família de cenários A1 desenvolve-se em quatro grupos que descrevem direções alternativas para a mudança tecnológica e sistema energético;
- A família de cenários A2 descreve um Mundo bastante heterógeno. O principal tema subjacente é a independência e a preservação das identidades locais. Os padrões de fertilidade nas regiões convergem lentamente, o que resulta num elevado crescimento populacional. O desenvolvimento económico é, numa primeira fase, focado nas regiões sendo que o crescimento económico per capita e as mudanças tecnológicas são mais fragmentadas e lentas do que noutras famílias de cenários


As estações de medição não são fiáveis
Uma das imagens que os cépticos costumam mostrar são as estações localizadas em cidades, centros urbanos em que a temperatura tende a ser maior nesses locais. È claro que existem estações em centros urbanos, é importante visualizar a temperatura nesses locais, mas existem muitas outras estações, seja em oceanos, em locais remotos.Podemos comparar temperaturas de estações meteorológicas bem localizadas com aquelas mal localizadas. Ambas mostram o mesmo aquecimento.O aquecimento é inequívoco. Estações climáticas, medições dos oceanos, diminuições na cobertura de neve, reduções no gelo do oceano Ártico, longos períodos de crescimento, medições de balões e satélites: todos mostram resultados consistentes.
 E mais ultimamente os satélites já são capazes de nos dar dados mais fiáveis que mostram a realidade do problema.
Além disso, já somos capazes de ver alterações diretas no mundo que nos rodeia, seja pelos muitos estudos constataram grandes alterações nas características de plantas e animais. Por exemplo, as plantas florescem numa fase mais precoce do ano e os animais migram para norte ou para zonas mais altas à medida que os seus habitats aquecem.

A agricultura irá continuar a sobreviver
O que acontece na agricultura no hemisfério Norte é o seguinte; os Outonos e Invernos, mais propriamente de Outubro a Dezembro tornaram-se mais chuvosos, mas de Janeiro a Abril a chuva escasseia, mas era nesses meses que as culturas mais precisavam de água. A primavera vêm mais cedo.

Os recursos hidricos para regas começam a ficar escassos, veja-se o exemplo do mar Aral, seja pelo uso excessivo dos recursos, seja pela contaminação dos mesmos. A procura de novos terrenos para alimentar o crescimento de demográfico, obriga por vezes o Homem a desmatar florestas.

Professor Molion
Quando se argumenta principalmente na internet sobre as alterações climáticas, é comum não raras vezes vir á baila o professor Moulion. Só que muitos dos argumentos dele já estão a ficar ofuscados. Ele defende as ilhas de calor, mas esse já é um argumento ultrapassado, o projecto Berkeley Earth Surface Temperature, que pretendiam provar que tudo era de facto uma farsa, um projeto pretendia provar que de facto os cépticos teriam razão.

Algumas afirmações do professor Molion:
- Professor Molion: Ocorreu fortemente um aquecimento entre 1925 e 1946, e nessa época, o homem lançava na atmosfera menos de 10% do carbono do que lança hoje. Esse aquecimento, que é ainda maior do que o atual pode ser explicado por fenômenos naturais.
Como já afirmamos devido a fenômenos naturais o planeta tem aquecido e arrefecido em determinado épocas. Algum do aquecimento ainda é  resultado do acumulo de carbono na atmosfera, ou seja, o gás carbônico emitido em 1925 ainda está presente na atmosfera nos dias de hoje. O problema é que desde a revolução industrial, a concentração de gás carbônico na atmosfera subiu  mais 35%. Se considerarmos o metano, veremos que este outro gás que também aumentou. Não se pode apenas pegar numa pequena amostra de tempo para dizer que o clima não é controlado por carbono. Além que vale a pena lembrar que as temperaturas entre 1925 e 1946 eram menores do que hoje.

- Professor Molion: O clima na verdade não está aquecer, veja-se os EUA por exemplo.
Qualquer pesquisa rápida mostra que a última década foi a mais quente da história dos Estados Unidos. Não se pode apenas usar os Estados Unidos como base. O nome do fenômeno já diz tudo "aquecimento global". Não é um país apenas que vai mostrar o que está acontecendo com o mundo todo. Há de fato alguns paises que sofrerão um desaquecimento, mas a questão é que a terra como um todo está mais quente. Molion mostra mais uma vez que não entende nada de amostragem.

- Professor Molion: Existe um sistema a bordo de satélites que leva a sigla MSU, um sensor de microondas que existe desde 1968. Ele indica que, nestes 30 anos passados, não há um aumento significativo de temperatura. Houve um aumento de temperatura entre 77 e 99,
 O oceano Pacífico está a passar por um aquecimento, se isto fosse mentira então o que veríamos seria o aumento dos recifes de coral, pois o coral  responde positivamente a águas mais frias. No entanto, o que ocorre é que as barreiras de coral estão a morrer.

- Professor Molion: Desde 1999, o Oceano Pacífico está a arrefecer. Hoje, não só monitoramos os oceanos, mas existem mais de 3.200 boias à deriva que são mergulhadoras. Elas mergulham até 2.000 metros de profundidade, deslocam-se com a corrente marinha e nove dias depois elas sobem, e passam os dados para o satélite.
Os oceanos, de maneira geral, estão arrefecer nos últimos seis, sete anos. E, nos últimos 10 anos, a concentração de CO2 continua a subir.
Esses são dados duvidosos, o argumento não faz o menor sentido. Vamos supor que a Terra realmente arrefeceu ou tem arrefecido, ainda assim não poderíamos dizer que o efeito estufa não é verdade. A tendência de aquecimento global é resultado de mais 300 anos de dados e não o que aconteceu na última década apenas. Então porque o topo do Kilimanjaro perdeu mais de 60% da neve que continha, por que a Groelandia perde gelo a taxas recordes?



Documentário "a farsa do aquecimento global"
Feito para parecer uma paródia séria do filme de Al Gore, é utilizada uma estrutura narrativa idêntica, mas com uma produção mais "barata", até porque representa uma causa sem apelo público, o ponto alto é a utilização do mesmo gráfico que AlGore utilizou, só que provando que ele estava equivocado em sua leitura.
Ao contrário do que se possa dizer, tenho de discordar daqueles que dizem que existe interesse político particular por parte de Al Gore, até porque, depois do documentário já ocorreram eleições para congressista, governante e presidente e ele não se interessou por nenhuma, preferiu continuar sua peregrinação pelo mundo divulgando sua causa.

Durkin o realizador, exagera chegando a dizer que a culpa da miséria africana é dos ambientalistas, que impedem o desenvolvimento, por não permitirem o avanço de industrias nos países do continente. Os ambientalistas só preferem fontes alternativas sejam utilizadas nesses países ao invés de petróleo, carvão, alguns paises Africanos desenvolveram a sua economia baseado no sistema do petróleo e a miséria continua. Depois a ideia de que a questão ambiental é uma arma para impedir o crescimento dos países emergentes como a Índia e a China,  se isso fosse verdade, os Estados Unidos seriam os primeiros a concordar com o aquecimento global há muitos anos atrás.



Sites consultados:
http://www.skepticalscience.com/
http://wattsupwiththat.com/widget/
http://www.earthonlinemedia.com/
http://climaticas.blogspot.pt/

Bibliografia:
Santos, M. (2012). As alterações Climáticas numa perspetiva á ameaça da segurança nacional. Dissertação de Mestrado Gestão do Território. Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Mariana C. Santos

H.L. Miller (eds.), Climate Change 2007: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, Cambridge University Press, Cambridge

LEMKE, P., J. (2007) “Observations: Changes in Snow, Ice and Frozen Ground”, in S. Solomon, D. Qin, M. Manning, Z. Chen, M. Marquis, K.B. Averyt, M. Tignor and H.L. Miller (eds.): Climate Change 2007: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, Cambridge University Press, Cambridge

Ventura, A. Da C. (2009). Um contributo para o estudo das alterações climáticas: Entre os discursos, as percepções dos riscos, e as práticas quotidianas numa amostra da população da freguesia de Alcântara: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas Universidade Técnica de Lisboa